terça-feira, 24 de março de 2009

Fiat vs Audi

A Internet é utilizada com sábia cautela pelas marcas de luxo, cujos consumidores valorizam o atendimento personalizado e o ambiente luxuoso de lojas e boutiques. Na web, o cliente não é "mimado", como nas lojas físicas. Para muitos, a própria presença na loja de outras pessoas do mesmo status é parte do encanto esperado. Por outro lado, a impressão causada por um site pode ser um importante elemento de comunicação da idéia de luxo, bom gosto e exclusividade. Basta ver sites como os da Dior, Louis Vuitton, Montblanc, Cartier, Moët Chandon, Hennessy, Tiffany & Co., Givenchy, Rolls-Royce e Rolex: verdadeiras vitrines, eleboradíssimas, que ajudam a confirmar a imagem de exclusividade das marcas.

Podemos ver claramente na comunicação que a Audi oferece online que apesar de disponibilizar as informações na rede a marca procura não se expor plenamente. Este aspecto nos faz pensar que essas marcas já conceituadas como luxuosas, pelo menos no mercado automobilístico, ainda receiam em oferecer ferramentas digitais muito modernas aos seus consumidores. Contudo, a Audi conta com um site bem estruturado, informativo e que transmite toda a elegância que o produto possui.

Confira o site www.audistar.com.br

Porém, vemos em marcas como a Fiat que almejam com alguns produtos alcançar o público do mercado de luxo, um grande esforço para se conectar ao consumidor através da internet. A Fiat está de volta ao segmento dos sedãs médios brasileiros, no qual estreou muito bem com o Tempra, na primeira metade dos anos 90, mas se deu muito mal com o sucessor Marea – aposentado há um ano. Agora, as honras da casa de origem italiana ficam por conta do Linea, sedã médio derivado do Punto, que chega para tentar resgatar o prestígio da montadora. Para tanto, a montadora criou um blog para o seu novo lançamento no mercado médio-alto de carros brasileiros. Neste blog a Fiat contempla seus consumidores com todas as informações do carro tanto técnicas como informações de mercado.

Confira o blog do Línea 2009: www.blogdolinea.com.br

Finalmente, concluímos que as marcas de luxo estão caminhando para uma digitalização de suas ferramentas de comunicação com seus consumidores, porém, receiam em perder a experiência que o ponto de venda pode proporcionar ao público.

O que é luxo?

Num mundo de globalização, massificação e, principalmente, de falta de tempo de se dar o direito a qualquer prazer; o luxo pode ser associado a diferentes significados dependendo do estilo de vida, da própria renda ou até da criação que se tem individualmente; embora o apreço pelo luxo seja de todos, mas muitas vezes com sentidos diferentes.

Diante de tantas definições de luxo que os autores atuais e clássicos se baseiam buscamos nos focar em uma delas que se distingue pelo carácter prático. A autora Danielle Allérès, fundadora e diretora do curso superior especializado Gerência das Indústrias de Luxo e dos Ofícios de Arte da Universidade de Marne-la-Vallée, define como produto de luxo todo aquele que é “fora do comum ou do trivial, extraordinário, sinônimo de beleza, de estética, de refinamento, produto mágico, com as marcas da sedução, objeto lúdico, evocativo de sonho, de prazer, promessa de felicidade, é qualificada como prestigiosa, de alta classe, inacessível produto de luxo”.

De acordo com André Cauduro D´Angelo, autor do livro "Precisar, Não Precisa - Um Olhar Sobre o Consumo de Luxo no Brasil", o prazer da compra por artigos luxuosos proporcionam ao consumidor experiências únicas que é um dos atributos mais desejados por todos os negócios. O que para tais empresários, donos desses negócios, proporciona a satisfação de sucesso e estes poderão a partir de seus próprios negócios realizar e atingir seus desejos de luxuria criando um ciclo de “ganho” para ambos os lados.

O Luxo Conceitual, texto de Virginia Postrel, mostra que o conceito não é tudo, pois aqueles que apreciam o luxo da matéria nem sempre sabem que o simples e, ou discreto podem ser muito mais significativamente luxuosos e requintados ao serem comparados com o extravagante.

Contudo, o luxo vem se adaptando aos novos tempos e deixando de ser apenas produtos e marcas e passando a ser uma experiência. Portanto, podemos adaptar este conceito para definir luxo como algo que seja toda e qualquer experiência, tanto de um produto ou de um serviço que se diferencie pelo acesso, ou seja, que extrapole o trivial e se torne acessível apenas para um determinado grupo de pessoas que dispõe de condições monetárias e do desejo por um objeto semelhantes. Finalmente, estes consumidores se agrupam não só por sua condição financeira privilegiada mas também pelo estilo de vida que compartilham.